As IFES, Instituições Federais de Ensino Superior, se encontram hoje em cerca de 300 municípios, têm um plantel de cem mil professores e um milhão de estudantes. “É um quadro singular em todo o mundo”, ressaltou Edward, que em dezembro encerrará o seu segundo mandato como reitor da Universidade Federal de Goiás.
A experiência na UFG, somada ao trabalho à frente da Andifes, onde foi presidente e atualmente ocupa a vice-presidência, fazem do professor Edward um dos grandes conhecedores do quadro universitário brasileiro, bem como seu ferrenho defensor.
"Para que as universidades atuem mais e melhor, é preciso trocar o 'não' pelo 'sim' e facilitar o trabalho dos docentes, atualmente sobrecarregados por atividades administrativas", destacou.
Segundo Jaime Martins de Santana, decano de Pesquisa e Pós-Graduação da UnB, a UFG é hoje uma das principais instituições do país. “A Universidade Federal de Goiás foi tomada nos últimos vinte anos por uma juventude ávida pela produção de conhecimento”, apontou.
Santana atribui parte do fenômeno à atuação de Madureira Brasil. “A atuação do professor Edward, intensa, organizada e voltada para vencer os desafios da gestão burocratizada que as universidades vivem, contribuiu para transformar a UFG num centro de excelência”, avalia.
O professor Ivan Camargo considera o professor Edward um exemplo a ser seguido. "Nas primeiras reuniões que participei como reitor da UnB, ouvi sugestões dos colegas para prestar atenção na experiência desenvolvida pela UFG nos últimos anos", constatou.
Com a palestra “As universidades federais e o desenvolvimento do país: potencialidades e fatores limitantes”, o professor Edward contextualizou as atividades das universidades nas últimas décadas, apontando erros e acertos do governo federal, bem como as ameaças, as potencialidades e a vocação do ensino superior num país como o Brasil.
Segundo o Edward, a história das universidades federais teve um ponto divisor de águas em 2005. Até aquela data, o quadro tinha, dentre outras características, a predominância de instituições com um único campus, a introspecção ou ausência de protagonismo diante da sociedade e do governo e políticas públicas insuficientes para o ensino superior.
O que passou anos seguintes foi a implantação do Reuni, classificado pelo reitor da UFG como sendo “o maior programa de expansão das universidades federais da história”. Se em 2005 o número de alunos matriculados no mestrado e doutorado em todo o país era de 38,4 mil, em 2010 este total mais do que dobrou, ultrapassando 86 mil matrículas.
FUTURO DA EDUCAÇÃO
Assim como os palestrantes que anteriormente falaram à Comissão UnB.Futuro, Edward Madureira Brasil, vê a baixa taxa de escolarização da população como um entrave que precisa ser tratado com urgência. “Dentre os grandes problemas do ensino médio”, destaca, “estão o baixo índice de matrículas e a elevada taxa de evasão”.
O professor embasou sua análise em dados da região metropolitana de Goiânia, onde há mais vagas no ensino superior do que o número de egressos do ensino médio. Para reverter este quadro, Madureira Brasil defende uma aproximação entre a universidade e a educação básica.
Com a expectativa de dias melhores para a educação a partir dos recursos advindos da exploração do petróleo, Edward propõe novos ciclos de expansão da educação superior, inseridos numa política pública ampla. O professor defende o modelo de universidade multicampi com projetos pedagógicos revisados, praticando efetivamente a interdisciplinaridade, com um maior volume de atividades de extensão e inserida em uma rede colaborativa.
Para Edward, a universidade reúne qualidades valiosas como a capacidade intelectual, a credibilidade junto a sociedade e independência de pensamento. “A universidade tem o poder de interferir nos rumos adotados pelo Estado”, observa. “As instituições de ensino superior podem ser um poderoso agente do desenvolvimento”, concluiu.
Acesse aqui a apresentação elaborada pelo professor Edward Madureira Brasil .