Na última quarta-feira, 21 de maio, integrantes da Comissão UnB.Futuro se reuniram com Carlos Madson, Superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN-DF) a fim de discutir diretrizes para ações que visem restaurar e conservar o Patrimônio Histórico da Universidade de Brasília.
Assista à reportagem da UnB sobre o assunto.
Os pesquisadores presentes atentaram para a necessidade de se estimularem atividades cooperadas entre o IPHAN-DF e a UnB que viabilizem a restauração de edifícios que vêm se deteriorando ao longo dos mais de 50 anos de criação da Universidade. Para isso, decidiram pela criação de uma comissão composta por representantes de órgãos da UnB ligados ao tema, como a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e o Centro de Planejamento Oscar Niemeyer (CEPLAN).
A reunião contou com a presença do Diretor da FAU, José Manoel Sánchez, que deu informações sobre os diálogos já firmados entre as duas instituições. Sánchez informou que em maio de 2013 o Conselho da Faculdade aprovou a realização de um Acordo de Cooperação entre o IPHAN-DF e a UnB. O documento prevê “apoio técnico, coordenação e/ou execução de ações integradas, destinadas à preservação, inventário, conservação e restauração – de bens imóveis de propriedade da UnB ou por ela geridos no âmbito do Distrito Federal”. O termo de cooperação já previa a instauração de uma comissão técnica com integrantes da FAU e do CEPLAN.
O superintendente do IPHAN-DF, Carlos Madson, frisou a responsabilidade do órgão na revitalização do perímetro histórico da Universidade, uma vez que “a UnB é um patrimônio de Brasília, então o IPHAN-DF tem a obrigação de contribuir com sua preservação”. Madson é recém-empossado no cargo e possui intensa relação com a UnB, já que foi onde realizou sua formação como arquiteto e pesquisador da área. Se prontificou a fazer o que for necessário para que a parceria se concretize.
A reunião reascendeu uma discussão que há mais de 20 anos vem esperando ações concretas por parte da UnB. Em 1992, por meio da resolução no. 015/92 do Conselho Universitário (Consuni), a Universidade se comprometeu com a criação de sua Área Histórica, tendo em vista que é imprescindível “assegurar a continuidade da memória dos fatos históricos, de uma geração para outra, valorizando seus significados éticos e estéticos, através da preservação de seus testemunhos materiais e ambientais”. O documento também estabelece a criação de uma comissão integrada por professores da área de Arquitetura e Urbanismo, do Departamento de História e do CEPLAN.
O nome do professor José Carlos Córdova Coutinho aparece no documento como indicado para a composição dessa comissão. Arquiteto especialista em Restauração e Conservação de Monumentos Históricos, o pesquisador vem desde muito tempo tentando pautar a discussão na Universidade. Coutinho também é integrante da Comissão UnB.Futuro e participou da reunião. Para ele, “o campus da UnB é muito extenso e muito antigo e os prédios apresentam necessidade de revitalização”. O professor ainda frisou a necessidade de se tomar medidas emergenciais para a restauração de alguns edifícios.
É o caso do OCA 2, prédio projetado e construído entre 1960 e 1962, em caráter provisório, com o objetivo de hospedar os primeiros professores, alunos e funcionários da UnB. O edifício é feito em estrutura de madeira aparente e empenas laterais de alvenaria e hoje abriga a equipe de segurança da UnB. Imóvel semelhante e construído à mesma época do OCA 2, o OCA 1foi destruído por um incêndio. Os presentes também atentaram para a ideia de consolidação do OCA 2 como um memorial da UnB, a fim de que se considere não só a questão do patrimônio material, mas também a preservação da memória da UnB.
Outros prédios como o auditório Dois Candangos a Faculdade de Educação e O Instituto Central de Ciências (ICC) também foram citados dentre aqueles que necessitam de uma revitalização imediata. Segundo Coutinho, apesar de o “Minhocão” ter passado por uma recente restauração estrutural, “é preciso retirar os 'puxadinhos' existentes”.
A revitalização do Patrimônio Histórico da Universidade de Brasília ainda enfrentará alguns desafios pela frente, já que, nas palavras do professor Coutinho: “a UnB é um grande navio que precisa ser restaurado ao mesmo tempo em que navega”.
