smet-9Josef Smets (esq), Pascal Smet, Sônia Báo, Ivan Camargo Jaime Santana

Detentor de uma longa trajetória de serviços públicos prestados em seu país, Smet veio ao Brasil acompanhado de uma comitiva de reitores e gestores belgas para tratar com a presidente Dilma Rousseff do estreitamento das relações acadêmicas entre os dois países. Atento às mudanças ocorridas globalmente, o ministro compreende o papel estratégico da educação. “Num mundo em mutação, a educação deve mudar continuamente”, considerou.

Embora estejam em continentes diferentes, os desafios das universidades brasileiras têm muito em comum com as instituições belgas. “O futuro da humanidade está relacionado à migração e, por outro lado, a digitalização pode aproximar pessoas de várias regiões”, constata Pascal Smet.

Para o ministro belga, vivemos uma revolução educacional. “A digitalização do mundo e a tabletização (uso dos tablets) serão fenômenos tão ou mais importantes do que a invenção da imprensa”, afirmou. “Isto vai mudar por completo como a universidade é concebida e como ela funciona”, declarou.

O quadro da educação no Brasil, analisado nas sessões anteriores da Comissão UnB.Futuro, tem pontos em comum com a Bélgica. Além dos desafios associados às inovações tecnológicas, evasão escolar e baixa procura pelos cursos de licenciatura têm preocupado especialistas dos dois países.

Smet vê mudanças no papel do professor universitário diante da realidade contemporânea. Para ele, o papel do docente passou a ser sistematizar mais e novos conhecimentos. “O professor deverá provocar os estudantes e os alunos deverão provocar o professor e seus auxiliares”, previu. Outra mudança fundamental é o rompimento da barreira física. “Da Bélgica, um estudante pode acompanhar as aulas de um professor de Harvard”, exemplificou o ministro.

O ministro prescreve o dever de atualização permanente, caso a universidade queira permanecer como o lugar onde o conhecimento é construído. Smet adverte que a academia deve sempre permanecer como um espaço de pensamento livre, mesmo diante de interesses e pressões partidários.

Pascal Smet defende o diálogo entre governo, setor privado e universidades. Porém, o ministro considera “como fundamental a preponderância do financiamento público, como forma de garantir o acesso a todos à chamada elite intelectual”. Cerca de 14% dos recursos destinados à pesquisa em seu país vem da indústria.

smet 8Pascal Smet recebe livro do professor Fernando Paulino

Segundo Smet, a questão da transferência de conhecimento dos centros de pesquisa para o setor produtivo é um ponto sensível e ainda por ser resolvido, mas crucial na Bélgica, que enfrenta forte concorrência de países vizinhos como Alemanha e França.

Acompanhado de comitiva composta por gestores de diversas universidades belgas, o ministro prevê uma organização das universidades em redes. Paul De Knop, reitor da Vrije Universiteit de Bruxelas, era um deles. Em palestra após o ministro, o reitor defendeu a parceria público-privada (PPP) e ressaltou a mobilidade como um dos aspectos do futuro próximo das universidades de todo o mundo. “Seremos cada vez mais estudantes, professores e técnicos internacionais”, afirmou.

O reitor Ivan Camargo também vê a mobilidade acadêmica como um elemento fundamental para o futuro da UnB. “Vamos trabalhar para estreitar nossas relações com a Bélgica e com outros países”, afirmou. “Estamos trabalhando para que a Universidade envie e receba ainda mais estudantes, professores e pesquisadores”, concluiu.

“A parceria com a UnB é estratégica e este é o momento para intensificar os contatos”, considerou Josef Smets, embaixador da Bélgica no Brasil. “Foi uma manhã excelente. Todas as falas desta sessão e dos eventos anteriores da Comissão UnB.Futuro tocaram na importância de uma educação básica de qualidade em contato com o conhecimento produzido pelas universidades”, avaliou Jaime Santana, Decano de Pesquisa e Pós-Graduação.

> Veja abaixo a reportagem da UnBTV sobre a sétima sessão pública

 

 > Veja abaixo a íntegra da sétima sessão pública da Comissão UnB.Futuro. 


Zapping - UnBTV

Na quarta Sessão Pública da comissão UnB.Futuro Eric Rabkin discutiu as perspectivas da educação para o futuro. Veja a matéria produzida pela UnBTV sobre o evento.

Coordenação:

Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação (DPP),  em parceria com o Núcleo do Futuro (n.Futuros/CEAM)

FacebookTwitterDeliciousLinkedin