Médico, doutor, com longa experiência internacional e com intensa produção de artigos científicos e para a imprensa, Naomar, nas palavras do professor e coordenador da Comissão, Isaac Roitman, “quer tirar a universidade da inércia”.
Reitor da Universidade Federal do Sul da Bahia, a UFSB, Naomar se respalda no trabalho de seu conterrâneo Anísio Teixeira (1900-1971): construir uma universidade que atenda a nova conjuntura social e econômica do Brasil.
Dentre os pilares da UFSB, inspirada no conceito de Universidade Nova estabelecido por Anísio, estão: inclusão social, compromisso com educação básica, desenvolvimento regional e a manutenção da excelência acadêmica.
Organizando os períodos letivos em regime de quadrimestres, o reitor planeja um ensino universitário em três ciclos. No primeiro, com duração de três anos, ocorre o Bacharelado Interdisciplinar (BI), voltado para as áreas de ciência e tecnologia, artes, saúde e humanidades. O acesso a este ciclo é facilitado aos estudantes que fizeram todo o ensino médio em escola pública. A partir deste ponto, portador de um título de nível superior, o estudante poderá seguir na carreira acadêmica, cursando o mestrado profissional, e seguindo para as etapas seguintes.
Naomar de Almeida Filho esclarece que a ideia básica não é novidade. Ele cita o exemplo centenário nos Estados Unidos, os community colleges ou Junior colleges, e outras iniciativas em países como Venezuela, Cuba e Suécia.
ANÍSIO, UnB E O FUTURO
Por se basear na filosofia de Anísio Teixeira, um “educador que tinha consciência aguda da prospecção do futuro”, na visão de Naomar, o projeto da nova universidade tem muito em comum com a filosofia que norteou a fundação da Universidade de Brasília, como a interdisciplinaridade.
Outro aspecto inovador da proposta da UFSB é sua organização descentralizada, apoiada em municípios da região, promovendo o ingresso de estudantes locais.
Ao menos dois pontos da palestra da quinta sessão da Comissão UnB.Futuro ressoam com participações anteriores. Um trata da internacionalização dos cursos de graduação. “Professores estrangeiros precisam vir para as universidades brasileiras em proporções muito maiores do que temos hoje”, afirmou Naomar. O outro diz respeito à profissionalização da gestão universitária. Ao contrário do que ocorre em outros países, os docentes brasileiros tem sobrecarga em atividades administrativas, quando poderiam dedicar seu tempo e energia à pesquisa e ao ensino.
O reitor Ivan Camargo, em sua fala de abertura da sessão, agradeceu a forte presença do que chamou de “público qualificado”, destacando a presença dos estudantes na reunião. “O projeto UnB.Futuro me dá prazer por ser um momento em que paramos para refletir sobre os rumos da universidade”, declarou.
>> clique aqui para baixar a apresentação "A nova Universidade Nova", utilizada pelo professor Naomar de Almeida Filha em sua palestra.
