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Nesta quarta-feira (25), Marco Antonio Rodrigues Dias proferiu a palestra “Gestão da Educação Superior e a Universidade do Futuro”. Em sua fala, Rodrigues salientou a importância de se analisar fatos errôneos do passado para que não sejam replicados em ocasiões futuras.

O evento foi realizado pelo Núcleo de Estudos do Futuro (n-Futuros), em parceria com a Escola de Verão “Pesquisa em Comunicação na América Latina”, iniciativa organizada por uma rede de universidades que inclui a UnB em articulação com a Associação Latino-Americana de Investigadores da Comunicação (ALAIC).

O professor Marco Antonio Rodrigues Dias exerceu diversos cargos de gestão na Universidade de Brasília entre 1970 e 1981. Foi diretor do então Departamento de Comunicação, decano de extensão e vice-reitor da UnB. Após esse período, trabalhou como diretor da divisão de Ensino Superior da Unesco, em Paris, onde mora atualmente e presta consultoria internacional na área de Educação.

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Ao iniciar sua conferência, o pesquisador se emocionou ao lembrar-se do passado: “a última vez que estive neste auditório foi em 26 de agosto de 1977”. Nessa data, foi realizada reunião do Conselho Universitário (Consuni) que deliberou pela expulsão e suspensão de aproximadamente 60 estudantes da Universidade por serem contra a ditadura militar.

Na ocasião, apenas seis integrantes do Conselho votaram contra a medida: quatro estudantes, ele, então vice-reitor, e José Carlos Córdova Coutinho, que à época dirigia a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e hoje é professor emérito da UnB e membro da Comissão UnB.Futuro.

Para Marco Antonio Rodrigues, muitos dos integrantes no Consuni estavam aterrorizados e com medo de serem demitidos se votassem contra a punição dos estudantes de uma medida que “além de ter um aspecto político era ilegal”. O então vice-reitor aproveitou a posição que ocupava para copiar e guardar documentos importantes da época. Segundo ele, esse material comprova que a gestão da universidade estava voltada para um caminho de centralização, que tolhia a participação democrática.

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Segundo o conferencista, é importante trazer à tona esses fatos para que no futuro ações desse tipo não sejam replicadas, uma vez que, utilizando pensamento de Octavio Paz, “a construção do futuro passa necessariamente pela reconquista do passado”.

Para Marco Antonio Rodrigues o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas, como os MOOCs (em inglês, Massive Open Online Course) traz consigo uma série de desafios. Na visão dele, é equivocada a ideia de que o número de instituições universitárias presenciais vai diminuir drasticamente com a evolução de recursos tecnológicos e esse seria um contexto muito perigoso para a formação. O professor destacou que usá-los não é um fato novo, o que é novidade - e um problema - é o seu uso comercial.

Um outro desafio citado pelo pesquisador para os gestores universitários é a mercantilização do Ensino Superior. Segundo ele, tem havido distorções nas cooperações feitas em âmbito internacional que compreendem a educação como um serviço comercial e não como um direito, correndo o risco de que a universidade forme para o interesse de empresas multinacionais em vez de promover a formação adequada a um projeto de nação. Por isso, para ele, “as universidades deveriam analisar a realidade social ao definirem suas missões”.

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Presente no evento, o ex-reitor da UnB João Claudio Todorov destacou que Marco Antonio Rodrigues tem atuação destacada na reflexão sobre a educação superior e “pode compartilhar conosco ideias do que fazer no futuro”. O reitor Ivan Camargo também ressaltou a importância do depoimento do professor e considerou que momentos ricos como esse trazem subsídios para que se discutam outras questões ligadas à gestão da universidade.


Zapping - UnBTV

Na quarta Sessão Pública da comissão UnB.Futuro Eric Rabkin discutiu as perspectivas da educação para o futuro. Veja a matéria produzida pela UnBTV sobre o evento.

Coordenação:

Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação (DPP),  em parceria com o Núcleo do Futuro (n.Futuros/CEAM)

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