UnB.Futuro é resultado de parceria entre o Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação e o Núcleo de Estudo do Futuro. Cristovam Buarque participa da primeira sessão.
Professores, estudantes e especialistas pensando os desafios da universidade nos próximos anos. Assim foi a primeira reunião da Comissão UnB Futuro, realizada na tarde desta segunda, 6, no Auditório da Reitoria. O palestrante do primeiro encontro foi o professor, senador e ex-reitor Cristovam Buarque.
O tema em debate foi O que é necessário para que a universidade seja a vanguarda do pensamento contemporâneo, introduzido pelo professor Isaac Roitman, coordenador do Núcleo de Estudos do Futuro (n.Futuros/CEAM). “Olhar para o futuro é algo muito estratégico. O papel da universidade é pensar grande”, observou o reitor Ivan Camargo.
Ao abrir o evento, o professor Jaime Martins de Santana, decano de Pesquisa e Pós-Graduação, ressaltou que a Comissão UnB.Futuro “pretende propor caminhos para uma universidade em contato com as demandas sociais e com os avanços científicos e tecnológicos”.
A velocidade da geração e disseminação do conhecimento nos dias de hoje está entre os fatores que levam Cristovam a alertar para a necessidade de se repensar a universidade. Após traçar uma breve contextualização histórica sobre a criação das instituições de ensino superior desde o período pré-renascentista, o ex-reitor analisou os desafios acadêmicos contemporâneos.
“É preciso buscar novos caminhos para voltarmos a estar na frente e ao mesmo tempo sermos ponto de partida da disseminação do conhecimento”, analisou Cristovam. Para isso, é necessário alterar a estrutura acadêmica atual.
“O estudo do cérebro não cabe apenas dentro do departamento de medicina, nem de psicologia ou marketing ou qualquer outro”, afirmou Cristovam, ao postular o fim da fragmentação do processo de educação, pesquisa e geração de conhecimento.
Com firme referência nos valores éticos, Cristovam propõe mudanças profundas nas instituições. Dentre as medidas, ele aponta trabalho em redes – entre setores da universidade, entre universidades e dessas com setores de comunicação, além da a criação de núcleos temáticos ad hoc e um forte investimento na educação de base. “Deveríamos ter um ministério todo dedicado à educação de base”, declarou.
O senador defende a revisão temporária dos diplomas. “Todos precisamos nos atualizar. Tudo que sabemos hoje é provisório, está em fase de mutação” destacou.
No auditório, que permaneceu lotado durante toda a sessão, estavam professores, ex-professores, técnicos, estudantes e ex-alunos da UnB. Estiveram presentes na sessão inaugural da Comissão UnB Futuro os ex-reitores João Claudio Todorov e José Geraldo de Sousa Junior.
Aluna do terceiro ano do ensino médio em Planaltina, Mayara Santos, de 16 anos, é bolsista de iniciação científica da Universidade e acompanhou o lançamento do UnB.Futuro. Para a jovem cientista, para quem “Ingressar na UnB é o sonho”, lançar o olhar sobre o futuro é fundamental. “Gosto de identificar os desafios e trabalhar para superá-los”, afirmou.
A proposta de criação da Comissão UnB.Futuro surgiu nas reuniões da Comissão UnB 50 Anos. A iniciativa é conduzida pelo Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação (DPP), em parceria com o Núcleo do Futuro (n.Futuros/CEAM). Pretende-se realizar encontros mensais abertos a toda comunidade durante o ano de 2013. A próxima reunião está agendada para o dia 3 de junho às 14h.